Já está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que deixa as contas de luz mais caras. A medida, que é uma consequência da maior seca já registrada no país, preocupa os donos de negócios.
Ar-condicionado, geladeiras, freezers e máquina de gelo são alguns dos itens indispensáveis no restaurante da Damares. Setembro mal começou e ela já está preocupada com o desafio de reduzir a conta de luz. Afinal, são muitos equipamentos ligados ao mesmo tempo, pra manter o estabelecimento funcionando.
“A gente vai se autodesafiar a manter o nosso preço. A gente ajustou faz dois meses e pouco e fica muito repetitivo de imediato a gente conceder o preço pro cliente. Então a gente vai tentar segurar o preço”, diz Damares Batista Silva.
Assim como Damares, muitas famílias começaram o mês fazendo cálculos pra diminuir o impacto da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que não era acionada desde agosto de 2021. O acréscimo será de R$ 7,80 a cada 100 quilowatts-hora (kWh).
Esse sistema foi implementado em 2015 para informar os consumidores sobre os custos de geração de energia no país e minimizar os impactos financeiros nas distribuidoras.
A bandeira verde não representa qualquer acréscimo à conta. A amarela indica alta de um R$ 1,88 para cada 100 kWh consumidos. Com a bandeira vermelha – patamar 1, o aumento é de R$ 4,44 para cada 100 kWh.
O governo justificou essa alta pela falta de chuvas nos últimos meses, que resultou na pior seca da história do país, segundo o Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais. Esse cenário provoca queda no nível dos rios e também dos reservatórios de hidrelétricas do país.
Além disso, também afeta a economia. “A energia é uma das despesas que mais pesa no orçamento familiar, compromete em média quase 4% do orçamento de uma família”, afirma o economista André Braz.
“Energia é custo tanto pra prestação de serviço como pro grande comércio. Pode criar uma pressão sobre preços”, completa o economista.
Com a previsão de um mês de setembro ainda com temperaturas elevadas devido às ondas de calor, adotar medidas práticas no dia a dia pode contribuir pra que a fatura não chegue também nas alturas.
“Sempre que for possível trocar aquele eletrodoméstico muito antigo, que não é eficiente no consumo de energia, por um mais eficiente. Trocar as lâmpadas de casa por lâmpadas mais econômicas, fazer um acordo com a própria família, instruindo as pessoas a não deixar as luzes acesas em cômodos que não estão sendo usados”, indica o economista.
SBT News