Longa exposição ao sol pode trazer danos à pele das crianças

Por ser mais fina, a pele das crianças é mais sensível e requer atenção especial e preventiva dos pais e responsáveis com a intensa luz solar

Pesquisadores da Universidade de Oxford e do Wexham Park Hospital, ambos no Reino Unido, realizaram um estudo que revelou que as altas temperaturas representam sérias ameaças à saúde da pele da população, especialmente das crianças. As análises apontaram que um aumento de apenas um grau Celsius é suficiente para causar um crescimento de 5% nos casos de câncer não-melanoma.

No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que 700 mil novos casos de câncer de pele surjam anualmente até 2025. Para prevenir essa condição, o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no Distrito de Icoaraci, em Belém, tem intensificado ações educativas durante as férias escolares, período em que as idas à praia, piscina e atividades ao ar livre aumentam os riscos para as crianças.

Referência no atendimento infantil, o Abelardo Santos conta com uma Comissão de Cuidados com a Pele (CCP), que está à frente desse tema. Segundo a enfermeira Larissa Machado, presidente da CCP, a pele das crianças é mais fina e sensível do que a dos adultos, tornando-a mais suscetível aos danos solares e, portanto, requer atenção especial dos pais e responsáveis.

Larissa explica: “É comum observarmos crianças brincando por horas na faixa de areia ou na água sem a devida proteção solar ou roupas adequadas. Também é frequente que poucas delas peçam água para beber durante essas atividades. Para ambos os casos, é crucial conscientizar as crianças e os pais para que as brincadeiras sejam saudáveis, sem dores de cabeça futuras”.

Roseli Campos relata que seu filho, Moises Valadares Gomes, de sete anos, passa horas se divertindo ao ar livre. A autônoma destaca: “Não tiro os olhos dele e estou sempre oferecendo água”. Além disso, ela utiliza protetor solar como forma de proteção à pele. “Onde moramos, próximo ao município de Moju, faz muito calor, então aplico protetor a cada 30 minutos para evitar problemas”, completa.

O que ela e outras mães presentes na unidade desconheciam é que existem protetores solares específicos para cada tipo de pele. “Aprendi que o ideal é usar fator 30 na do meu filho. Pensava que todos os protetores solares eram iguais. Essas dicas são importantes, pois levamos o conhecimento para casa e até mesmo ensinamos vizinhos, amigos e familiares”, afirma Daniely de Araújo, 30 anos.

Proteção

Machado enfatiza que a fotoproteção é essencial para resguardar a pele das crianças dos raios solares. “Esse mecanismo envolve um conjunto de medidas que devem se tornar hábitos na vida das pessoas. Por isso, os pais precisam ensinar seus filhos sobre a importância de utilizar chapéus, bonés e camisas com proteção UV durante as brincadeiras ao ar livre, seja na rua ou na praia”, diz a enfermeira.

Além disso, a enfermeira chama a atenção para o mês de julho, quando as pessoas têm uma exposição mais prolongada aos raios solares em praias e balneários. “Temos evidências de que o sol pode representar riscos para a saúde da pele, certo? Então, por que não usar e abusar dos protetores solares? É sempre necessário utilizar, até mesmo no trabalho”, acrescenta.

Larissa reforça que a exposição excessiva ao sol pode causar queimaduras, que não só são dolorosas, mas também aumentam o risco de câncer de pele no futuro. “Os efeitos da radiação solar são cumulativos e irreversíveis na vida adulta. Por isso, as crianças precisam de proteção extra e especial. Com a proteção adequada, é possível aproveitar o verão, a praia e a piscina de forma segura”, enfatiza.

A profissional da saúde alerta aos pais e responsáveis que estão no Abelardo Santos sobre a aplicação correta do protetor solar, com fator adequado para a pele infantil, que é proteção (FPS) 30. Essa aplicação deve ser feita 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicada a cada hora, ou após o contato com a água e suor. “São atitudes simples que protegem nossas crianças”, pontua.

É importante lembrar também que, em temperaturas elevadas, a pele pode ficar mais desidratada, favorecendo o surgimento de manchas e o envelhecimento precoce. Assim, além da fotoproteção, é necessário manter os pequenos sempre bem hidratados, seja por meio da ingestão de água ou do uso frequente de hidratantes, e utilizar protetores regularmente”, conclui a enfermeira.

Dicas

– Aplique protetor solar com FPS 30 ou superior nas crianças, 15 a 30 minutos antes de sair ao sol. Reaplique a cada duas horas, ou mais frequentemente se estiver nadando ou suando;

– Vista os pequenos com roupas de proteção de manga longa e chapéus de aba larga para cobrir a pele exposta;

– Óculos de sol são importantes para proteger os olhos e a pele ao redor deles das crianças;

– Procure sombra sempre que possível, especialmente entre 10h e 16h, quando os raios UV são mais intensos;

– Mantenha as crianças bem hidratadas, pois ajuda a pele a manter sua barreira protetora natural, especialmente importante quando exposta ao sol;

– Aplique protetor labial para proteger os lábios dos raios solares.

Roma News